Psiquiatria
O conceito de Saúde Mental implica muito mais do que apenas a ausência de Doença Mental. É um conceito que diz também respeito à capacidade de cada um de poder gozar sua vida, poder desenvolver seus projectos pessoais realísticos, segundo os seus próprios recursos e capacidades individuais, obtendo assim um equilíbrio entre as actividades da vida, suas próprias emoções, aspirações e realizações. Para tal, cada um de nós deve poder usar livremente suas habilidades para mudar o que pode ser mudado e se adaptar às novas situações da vida de todos os dias.
A Psiquiatria, como disciplina médica, pretende por à disposição da população recursos técnicos específicos para promover, em cada um, as suas potencialidades para atingir a melhor Saúde Mental possível. Além disto, ela tem a capacidade de intervir para prevenir que diversos factores impeçam a realização por cada um dos seus respectivos projectos de vida, no respeito da autonomia e independência de todos.
Não basta promover a saúde e prevenir as doenças: frequentemente o psiquiatra só é solicitado quando a doença já se instalou. Ele deve então usar os seus recursos para tratar a doença e cuidar de seu doente. As duas dimensões são complementares e definem uma filosofia de intervenção integral que pretende respeitar o doente na sua globalidade. O psiquiatra colabora para que seu doente possa estar inserido, plenamente, no seu papel de cidadão responsável e produtivo.
Muitos são os factores que explicam porque o doente chega muitas vezes tarde demais ao especialista: mas as principais razões são ainda hoje o medo, a vergonha e o preconceito que levam ao isolamento os que sofrem das perturbações mentais. Estas pessoas são elos fragilizados das nossas sociedades e são os primeiros a sofrerem em tempos de crise social. Mas as doenças mentais não são um sinal de fracasso pessoal e não acontecem somente aos outros. São as doenças mais frequentes da medicina e são as que mais causam prejuízo na vida das pessoas, para aqueles que cuidam delas e para a comunidade como um todo. Nada justifica excluir das nossas vidas as pessoas que têm doenças mentais. No entanto, muitos de nós ainda nos afastamos assustados de tais pessoas ou fingimos ignorá-las – como se não nos atrevêssemos a compreendê-las e a aceitá-las.
A psiquiatria oferece uma esperança real aos doentes mentais: através da compreensão de como factores genéticos, biológicos, sociais e ambientais se juntam para causar doenças da mente e do cérebro. Assim, a psiquiatria desenvolve estratégias terapêuticas que levam em conta todas estas dimensões juntas. A farmacoterapia é, então, usada com recursos psico e socioterápicos aumentando as oportunidades de sucesso terapêutico.
As perturbações mentais raramente existem isoladas. Elas estão, frequentemente, intricadas com perturbações somáticas que, para se cuidar das pessoas com perturbações mentais, deve-se ter especial atenção para a interface entre os cuidados somáticos e mentais. Perturbações mentais são factores de risco importantes para perturbações cérebrovasculares e cardiovasculares, diabetes e cancro. Por outro lado, muitas perturbações somáticas podem causar ansiedade, depressão, psicoses e até confusão mental. Não somente a colaboração entre a medicina somática e a psiquiatria é assim mais do que nunca necessária, mas também entre os profissionais da saúde mental e os demais profissionais de saúde que podem colaborar de forma multidisciplinar para levar a que seus doentes atinjam a melhor Saúde Mental possível. A Clínica Privada de Guimarães é um local onde este projecto pode se realizar.